Na cidade de Anam existia uma formosa jovem chamada Hoan-Lan cujo divertimento predileto era fazer penar duras paixões em numerosos admiradores.
Por um sorriso seu o jovem Kien-Su tinha cinzelado o ouro mais fino, e trabalhado com infinita paciência as mais lindas peças de jade. A ingrata Hoan-Lan, depois de adornar-se com todos os presentes, riu-se dele. Kien-Fu desesperado acabou com a vida jogando-se no Rio Vermelho.
E como Kien-Su vários outros mataram-se: o pintor Nzuyen-Ba penetrou selva adentro, Ma-Da envenenou-se, Cunz-Lie enlouqueceu. Todos por terem sido desprezados por Hoan-Lan.
Mas o poderoso deus das cinco flechas julgou ter chegado o momento de castigar tanta maldade. E o castigo foi fazer com que a jovem volúvel se apaixonasse perdidamente pelo formoso Mun-Say. E assim aconteceu.
Desde então Hoan-Lan, no seu leito de nácar e sedas bordadas, desesperava-se com a indiferença de Mun-Say:
"- Não me interessas rapariga, dizia ele, és como todas as outras, não serve nem para atar as fitas da sandália da mulher que amo."
"- Não me interessas rapariga, dizia ele, és como todas as outras, não serve nem para atar as fitas da sandália da mulher que amo."
.Treslouca Hoan-Lan, apesar da noite escura, foi procurar o deus da montanha de Tan-Vien. Quando chegou junto ao trono de ônix do poderoso gênio, prostou-se e implorou:
"- Cura-me que sofro horrorosamente. Amo Mun-Say que me despreza."
"- Cura-me que sofro horrorosamente. Amo Mun-Say que me despreza."
"- É justo o castigo, respondeu o gênio, porque o mesmo tens feito aos teus apaixonados. Vai-te daqui, nada conseguirás!, rugiu o gênio."
Na saída do templo Hoan-Lan encontrou uma bruxa de pés de cabra.
"- Formosa jovem, disse-lhe a bruxa, sei que és muito desgraçada. Queres vingar-te de Mun-Say?"
"- Vende-me tua alma e juro-te que embora Mun-Say nunca te ame, não amará outra mulher."
Hoan-Lan aceitou o contrato. A bruxa fez um feitiço com uma folha de palmeira e enterrou-a, pronunciou umas palavras desconhecidas e desapareceu. E Hoan-Lan voltou para casa.
Um dia, vendo de longe seu adorado Mun-Say, correu para ele, e quando preparava-se para abraçá-lo o jovem transformou-se numa árvore de ébano. Neste momento apareceu a bruxa que, soltando uma gargalhada, disse:
"- Dessa maneira o teu amado, embora nunca te ame, não poderá ser nunca de outra mulher."
"- Bruxa infame, exclamou chorando a pobre Hoan-Lan, que fizeste ao meu adorado? - Devolve-me ou mata-me."
"- Contratos são contratos - replicou a bruxa. - Cumpri o que prometi. A tua alma me pertence. E soltando uma última gargalhada, desapareceu.
Hoan-Lan caiu chorando ao pé da árvore: "- Perdoa-me Mun-Say. Tem para mim uma só palavra de amor, de indulgência, de compaixão. Não vês como me arrasto a teus pés, como sofro?" Mas a árvore nada respondia.
.A jovem ficou ali parada durante muito tempo. Um dia, passou por ali um gênio, que se compadeceu de sua dor. Acercando-se dela, colocou um dedo em sua testa e disse:
"- Mulher, procedeste muito mal, mas tua dor purificou tua alma. Estás perdoada e vais deixar de sofrer. Antes que a bruxa venha buscar tua alma, vou converter-te numa flor. Ficarás sendo, no entanto, esquisita e requintada que dê a impressão do que foi tua vida maldosa. Quem vir tuas pétalas facilmente advinhará o que foi teu espírito caprichoso, volúvel e cruel e a tua preocupação constante com a elegância.
"- Mulher, procedeste muito mal, mas tua dor purificou tua alma. Estás perdoada e vais deixar de sofrer. Antes que a bruxa venha buscar tua alma, vou converter-te numa flor. Ficarás sendo, no entanto, esquisita e requintada que dê a impressão do que foi tua vida maldosa. Quem vir tuas pétalas facilmente advinhará o que foi teu espírito caprichoso, volúvel e cruel e a tua preocupação constante com a elegância.
"-Concedo-te um bem: não te separarás do bem que adoras e viverás de tua seiva, parasita do teu amado."
Enquanto falava, a túnica rósea de Hoan-Lan ia empalidecendo e tomando uma delicada cor lilás. Os olhos da jovem brilhavam como pontos de ouro e suas carnes tomaram a tonalidade do nácar. Os seus formosos braços enrolaram-se na árvore, numa derradeira súplica. E ela se transformou numa orquídea.
E foi assim que apareceu a primeira orquídea no mundo, segundo a lenda de Anam.
Fonte: http://www.orquidea.com.br
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