sábado, 27 de agosto de 2011

As Orquídeas e o Homem





As orquídeas têm fascinado os homens por mais de dois mil e quinhentos anos. Foram utilizadas no passado em poções curativas, afrodisíacos, para decoração e ocuparam grande papel nas superstições. 

Há diversas referências na internet ao interesse do filósofo Chinês Confúcio por estas plantas no entanto a maioria das menções sobre Confúcio e estas flores, em que ressaltava as propriedades de seu perfume ao qual atribuía o caráter Lán, que significa beleza, delicadeza, amor, pureza e elegância, vem de textos publicados por seus seguidores e admiradores. 

Há pelo menos uma referência às orquídeas feita pelo filósofo em The School Sayings of Confucius no entanto mesmo este possivelmente é um texto apócrifo.

O fato de seus seguidores atribuírem a Confúcio as mais diversas citações sobre estas plantas apenas confirma o interesse que já despertavam nesta época. A China tem longa história na apreciação destas flores. 

Orquídeas são citadas pela literatura antiga e retratadas pela arte chinesa desde o décimo século antes de Cristo, pinturas do começo de dinastia Song, entre 960 e 1127 chegaram até os nossos dias.

Todavia, investigações recentes revelam que o cultivo de Cymbidium começou apenas no final da dinastia Tang entre 860 e 890 e não nos tempos de Confúcio como se pensava antes. 

Possivelmente a primeira publicação exclusivamente sobre orquídeas é uma monografia  sobre a cultura extensiva  destas plantas, no final da dinastia Song, entre 1128 e 1283. Pelo trabalho percebe-se que seu cultivo estava já bem estabelecido na China por esta época.

Na Europa existem registros do período clássico grego de Teofrasto de Lesbos, cerca de 300 AC. Em seu trabalho Historia Plantarum, volume 9, descreve uma planta com dois pequenos tubérculos subterrâneos aos quais chama orchis, que corresponde à palavra testículos, possivelmente um exemplar de Anacamptis morio.

Antes dos Espanhóis conquistarem o México a fruta de Tlilxochitl, uma espécie de Vanilla, era a mais estimada dentre as especiarias astecas. Este povo admirava também as Coatzontecomaxochitl, Stanhopea, como flores sagradas as quais cultivavam em seus jardins. Os astecas utilizavam também algumas espécies de orquídeas para fabricação de cola.

A partir do século XVI diversos trabalhos foram publicados na Europa: Leonhart Fuchs em Historia Stirpium (1542), Hieronymus Bock em suas anotações volume 2 (1546), Jacques Daléchamps em Historia Generalis Plantarum (1586). 

Após a publicação de Species Plantarum por Lineu, em 1753, os registros sobre orquídeas ficaram cada vez mais abundantes. Breve resumo da história de sua classificação encontra-se no artigo sobre a taxonomia da família Orchidaceae.

Antes da introdução de espécies exóticas na Europa, as orquídeas eram há muito cultivadas como plantas de jardim. A primeira orquídea introduzida na Europa foi um exemplar de Brassavola nodosa que chegou na Holanda em 1615. Em 1688 desembarcaram as Disa uniflora vindas da África do Sul.

Provavelmente devido à sua supremacia, diversas coleções importantes formaram-se na Inglaterra durante o século XIX. Em 1818 chegaram os primeiros exemplares de Cattleya labiata provenientes do Brasil, causando grande sensação e reforçando ainda mais o interesse pelas espécies tropicais destas plantas.

Com o advento dos primeiros vistosos híbridos, no final do século XIX, o interesse por novas plantas provenientes dos trópicos diminuiu um pouco por algumas décadas, até que o interesse científico pela descrição de novas espécies no início do século XX, aumentasse a coleta de plantas e seu envio à Europa, principalmente para jardins botânicos e amadores interessados na recomposição de suas coleções.

A oferta de híbridos tem aumentado constantemente e as técnicas de semeadura modernas desenvolveram-se muito diminuindo bastante o preço destas plantas, outrora caras. As técnicas de seleção também aprimoraram-se e mesmo espécies naturais de difícil cultivo tem sido selecionadas de modo a tornar viável a cultura doméstica. 

A oferta de variedade raras de espécies naturais, com cores e formas selecionadas, vem também possibilitando a quase todos a aquisição de plantas antes apenas cultivadas por milionários. Em poucos anos qualquer planta altamente desejável pode ser reproduzida aos milhares. Vale notar o exemplo do Phragmipedium kovachii, espécie raríssima, desconhecida da ciência até 2002, hoje comum em coleções ao redor do mundo.

Fonte: Wikipedia

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