sábado, 5 de novembro de 2011

As perfumadas Vanillas


Por Márcio Roberto Pinto Mafra - Foto tirada por Márcio Mafra, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3406029


V. aphylla do sudeste da Tailândia (fonte: clubedaluluzinha1.blogspot.com)




Vagens preparadas para serem vendidas (Fonte: www.thechocolatelife.com)

Hoje recebi um e-mail de uma leitora que gosta muito das orquídeas do gênero Vanilla, então, como ainda não tinha colocado nenhum post a respeito deste gênero de orquídeas, achei que era a oportunidade para fazê-lo. Dedico a todos os queridos leitores e em especial a Izabel.


CLASSIFICAÇÃO
Regnum : Plantae
Cladus Angiosperms
Cladus Monocots
Família : Orchidaceae
Subfamiliae : Vanilloideae
Tribus : Vanilleae
Subtribus : Vanillinae

Genus : Vanilla

 Vocês sabem de onde vem aquela essência de baunilha vendida em vidrinhos em casas de ervas, supermercados etc. ? Pois bem, acreditem, vem de uma flor, sim, da Vanilla. Suas sementes contidas em frutos, possuem essa essência que utilizamos para dar mais sabor a nossas sobremesas como por exemplo o sorvete de baunilha entre tantas outras maravilhas da culinária. 

Com a essência da Vanilla também são preparados óleos essenciais para o corpo (A marca L’occitane produz um tipo de óleo essencial a partir da essência de baunilha).
Vamos agora aprender um pouco mais sobre esta planta maravilhosa !



 Texto colhido na wikipédia :



Vanilla é um gênero de plantas trepadeiras pertencentes à família das orquidáceas. É encontrada em zonas tropicais e congrega cerca de 109 espécies. A partir dos frutos de algumas espécies obtém-se a especiaria comercialmente conhecida como baunilha.

Etimologia
O nome deste gênero procede da latinização da palavra espanhola Vainilla, diminutivo de Vaina (bainha) que por sua vez, deriva do latim : vagina, em referência à profunda cavidade estigmática do gênero, bem semelhante à genitália feminina.

Histórico
O gênero Vanilla foi proposto por Plumier ex Miller, publicado em The Gardeners Dictionary, fourth edition  3: Vanilla, em 1754; por Jussieu emGen. 66, em 1789; e também por Olof Swartz, em Nov. Act. Soc. Upsal. VI. 66. T 5, em 1799. Apesar de todas estas publicações terem originado alguma confusão posterior, Plumier e Miller são considerados os autores originais. O gênero é tipificado pela Vanilla mexicana Miller, originalmente descrita por Linneu como Epidendrum vanilla L.

Habitat
É um gênero composto por cerca de cento e dez espécies de plantas que se distribuem por todas as áreas tropicais do planeta, excetuada a Austrália, habitando florestas tropicais quentes e úmidas e sobre arbustos em campos secos e quentes. Raríssimos exemplares são encontrados em áreas montanhosas mais frias. Cerca de sessenta espécies podem ser encontradas no novo mundo, e setenta são naturais da África, sudeste asiático e ilhas do Oceano Pacífico e Índico.

Descrição
As espécies deste gênero podem ser reconhecidas dentro da tribo Vanilleae, por serem trepadeiras, apresentarem clorofila, raízes aéreas e sementes crustosas, sem asas.

Adicionalmente, as Vanillae caracterizam-se por serem plantas de caules longos e mais ou menos carnosos, escandentes e reptantes, pouco ou muito ramificados, que aderem ao tronco das árvores com o axílio de raízes adventícias, produzidas a cada nó do caule, em regra, achatadas, lisas quando livres e espessas e vilosas quando enterradas ou aderidas. As folhas são alternantes ou arranjadas em espiral, espaçadas, mais ou menos largas, carnosas e brilhantes.

Quando grandes e já elevadas, seus ramos pendem e frutificam, razão pela qual, em cultivo, demoram muito a florescer. Produzem inflorescências, axilares, com flores solitárias ou em racemos, formando algumas vezes ramúsculos laterais. As flores são em regra geral, vistosas, pequenas ou grandes, muito perfumadas, efêmeras, produzidas em sucessão, em regra brancas ou de amarelo pálido. As sépalas e pétalas são livres. 

O labelo varia de completamente livre a completamente fundido às margens da coluna, com diversas lamelas, verrugas ou calosidades que variam conforme a espécie. A coluna com diversas lamelas, verrugas ou calosidades que variam conforme a espécie. A coluna apresenta asas no ápice, antera terminal, sem formar verdadeiras polínias. O fruto é carnoso, em formato de vagem ou ovalado, chegam a ter de 20 a 25 centímetros e comprimento e 3 centímetros de comprimento e 3 centímetros de espessura, com sementes pesadas e crustáceas, negras ou acastanhadas.


Existem dois grandes grupos de espécies : um de caules espessos e folhas carnosas, que é bom produtor de baunilha, e outro de caule mais fino e folhas largas e mais herbáceas, que não produz favas tão úteis.

Perotet, viajante botânico, encontrou nas Filipinas, nas florestas de San Matteo, em 1820, uma planta completamente desconhecida por seus habitantes.

Desde que os franceses instalaram-se na Ilha de Madagascar, cultivaram algumas espécies de baunilha em grande escala, auxiliados pelo governo. Em 1898, exportaram cerca de 8 toneladas desse produto.
Segundo H. Semler, a baunilha foi introduzida na Europa procedente do México, no século XVI.

A espécie mais comum no México e América Central é a Vanilla Planifolia. Desde o México até as Guianas e Trinidad e Tobago encontramos a Vanilla pompona, com frutos menores, mais grossos e carnudos. São pesados e com maior dificuldde na sua secagem. É também consumida fresca, em pequenos pacotes – conhecidos popularmente como baunilhão.

Fotos de algumas espécies:


Vanilla humblotii.jpg
By J. N. Fitch lith. ( = John Nugent Fitch, 1840–1927)Description by R. A. Rolfe (1855–1921) - Curtis's botanical magazine vol. 131 tab. 7996(http://www.botanicus.org/page/449647), Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=2943646

Vanilla chamissonis habitat.JPG
 Por Dalton Holland Baptista - http://en.citizendium.org/wiki/Image:Vanilla_chamissonis_habitat.JPG, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=7218429

 IMG 5467-Vanilla imperialis.jpg
Por C T Johansson - Obra do próprio, CC BY 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=10427747

Vanilla phalaenopsis.jpg

Por Hans Stieglitz - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=14970259
 
 Vanilla planifolia 1.jpg
Vanilla planifolia
Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=236915

 
Vanilla pampona - http://www.pitcherplant.com/images_2/van_pom.html

Nota: Apenas a Vanilla planifolia produz vagens comestíveis. Só podem ser polinizadas naturalmente pela abelha Melipona tropical ou poucas espécies de formigas e beija-flores nativas do México . Como essas espécies evoluíram em conjunto, os insetos e pássaros entendem que devem aproximar-se da flor exatamente no momento breve em que ela estiver aberta. 

Este tipo de restrição dificulta o cultivo , por isso hoje, os agricultores de baunilha polinizam as flores com a mão. Uma vez que a vagem amadurece , ela deve ser cuidadosamente arrancada para que a base da flor possa gerar novas flores e, assim, novas vagens. As vagens são então secas em esteiras sob o sol tropical, cuidadosamente cozinhado e secos novamente.



 "Vanilla planifolia 1". Licenciado sob Domínio público, via Wikimedia Commons - http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Vanilla_planifolia_1.jpg#mediaviewer/File:Vanilla_planifolia_1.jpg


Com este vídeo podemos aprender a fazer mudas desta plantinha preciosa.




  • O poeta Gonçalves Dias dedicou à planta um poema, escrito em 1861, onde se lê (domínio público):
A Baunilha
Vês como aquela baunilha
Do tronco rugoso e feio
Da palmeira - em doce enleio
Se prendeu!
Como as raízes meteu
Da úsnea no musgo raro,
Como as folhas - verde-claro -
Espalmou!
Como as bagas pendurou
Lá de cima! como enleva
O rio, o arvoredo, a relva
Nos odores!
Que inspiram falas de amores!
Dá-lhe o tronco - apoio, abrigo.
Dá-lhe ela - perfume amigo,
Graça e olor!
E no consórcio de amor
- Nesse divino existir -
Que os prende, vai-lhes a vida
De uma só seiva[31] nutrida,
Cada vez mais a subir!
Se o verme a raiz lhe ataca,
Se o raio o cimo lhe ofende,
Cai a palmeira, e contudo
Inda a baunilha recende!
Um dia só! _ que mais tarde,
Exausta a fonte do amor,
Também a baunilha perde
Vida, graça, encanto, olor!
Eu sou da palmeira o tronco,
Tu, a baunilha serás!
Se sofro, sofres comigo;
Se morro - virás atrás!
Ai! que por isso, querida,
Tenho aprendido a sofrer!
Porque sei que a minha vida
É também o teu viver.

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